Trabalhadores “de escritório” costumam passar 65-75% do dia sentados. Em especial, preocupa o fato de que ocupações sedentárias, como a de motoristas e atendentes, aumentam as chances de mortalidade prematura. A boa notícia? Não é nada difícil combatermos o sedentarismo no ambiente de trabalho e, assim, melhorarmos a saúde dos trabalhadores. Leia o texto e descubra como!
Estimativas conservadoras indicam que 70% das pessoas não atingem o nível mínimo de atividade física recomendado para manutenção da saúde. Nos últimos 50 anos, os grandes vilões do comportamento sedentário foram: 1) a redução de locomoção de forma ativa, como meio de transporte (ex.: caminhada, ciclismo); 2) o aumento de atividades de lazer em casa, assistindo à TV e operando computadores; e 3) a diminuição dos trabalhos manuais, em detrimento dos informatizados e técnicos. Esse tipo de trabalho “moderno” representou uma redução de aproximadamente 20% (175 Kcal) do gasto energético diário, desde os 60. Atualmente, há bons estudos associando o trabalho “de escritório” com riscos aumentados de morbidades (ex.: hipertensão, depressão, ansiedade, estresse crônico, diabetes, osteoporose) e mortalidade. Diante disso, torna-se fundamental a implementação de medidas ergonômicas e comportamentais que permitam a redução do tempo sedentário no ambiente de trabalho.
Recentemente, um grupo de pesquisadores comissionado pela agência inglesa de saúde pública produziu um interessante artigo com recomendações práticas, baseadas em evidências científicas, com o intuito de reduzir o tempo inativo no posto de trabalho. Dentre as recomendações, destacam-se:
O engajamento em programas de atividade física supervisionada é um grande desafio e, muitas vezes, demanda mudanças comportamentais consideráveis. Não à toa, os índices de inatividade física são crescentes e alarmantes. Contudo, estudos recentes sugerem que pequenas mudanças no ambiente do trabalho, como as citadas neste post, são capazes de melhorar dores lombares, reduzir as concentrações de glicose e insulina no sangue, atenuar o acúmulo de gordura nas vísceras, aumentar a função muscular e diminuir a fadiga em trabalhadores. Esse pode ser, portanto, um primeiro (e decisivo) passo em direção a um estilo de vida mais ativo e, consequentemente, mais saudável. Estima-se, atualmente, que 90% dos trabalhadores de “escritório” da Escandinávia possuem acesso a estações de trabalho ajustáveis ao trabalho em pé e sentado. Esperemos que essa realidade, um dia, chegue ao Brasil...não sentados, é lógico!
Bruno Gualano - Blog Ciência inForma
Fonte: www.cienciainforma.com.br